Reza a mais nova lenda do cinema independente carioca que um grande mestre viu Senhorita Fotografia e se surpreendeu. Ficou ali viajando um tempo para dizer algo do tipo “Achei que não veria mais nada de novo no quadro. Isso é coisa nova.” – Senhorita Fotografia é um curta do coletivo constelar ETA AQUARÍDEA. Misturando dança, sonho e fotografia, esse belo filme promete mexer com os corações dos incautos cinéfilos. Mais uma estréia linda, mais um filme que o Mate tem orgulho de lançar em sua Sessão Catapulta 2012.
Daqui a 150 anos “Srta Fotografia” vai ser lembrado como o filme que revolucionou o quadro?
Será lembrado pelos nossos netos como o primeiro filme do Eta Aquarídea. O tempo reinventa as revoluções, o que será Eta Aquarídea daqui a 150 anos perpassa a nossa intuição. No presente a busca é ir além do quadro.
Como Srta Fotografia Nasceu? Havia um roteiro? Ou o filme aconteceu nos ensaios do Eta Aquaridea?
Queríamos muito retribuir a inspiração da bela música feita pelo nosso amigo Augusto Malboisson. Filmamos sem roteiro, sem ensaio, imbuídos da música. Fruto de um desses encontros catárticos eta aquarídeanos propícios a transmutar as partículas do entorno em sonho.
Um filme é algo que pode dançar? Uma câmera pode dançar? Me parece que a distancia entre cineastros e câmera cada dia diminui mais, eles vão se transformar na mesma coisa?
Queremos diluir fronteiras, as nossas próprias, as que existem entre as artes, entre sonho e realidade. Tudo é movimento, no cinema “a dança da luz” a câmera é a extensão do corpo, não existe distanciamento mas sim coesão.
No filme há uma reciclagem de imagens antigas. de onde elas vieram? Em tempo de poluição visual, resignificar velhas imagens é ter uma atitute ambiental?
É um exercício de usar todo o substrato das imagens e sons e também seu lixo. Dessa forma pode-se até falar em uma atitude ambiental. De uma maneira ou de outra estamos falando em digerir imagens dadas virando suas belezas do avesso.
Qual a expectativa em relação ao filme? Ele esta nascendo, ganhando o mundo. Um filme é como um filho?
Tocar o olhar. Trocar de lugar. Inspirar. O filme é nosso apenas durante a gestação depois disso ele é do mundo, tem vida própria.
Deixem um alô pro povo do mate. pra noite da sessão.
Bora pro mate catapultar estrelas!
Cineclubismo na veia, desde 2002 agitando o imaginário de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, mundo. Produção Cultural autônoma, guerrilha estética urbana, TAZ.