Já havia três anos em que o estudante de arquitetura Moïse Kabagambe circulava pela região onde foi brutalmente assassinado, trabalhando nos quiosques da orla da Barra da Tijuca, mas ninguém ali sabia sequer seu nome. Era chamado de “Soldado” ou de “Angolano”, fato que diz muito sobre a vida das pessoas em situações de refúgio no Rio de Janeiro. Além de todos os desafios diários da tentativa de viver em um outro país, essas pessoas sofrem de invisibilidade e estereotipagem que acabam pondo mais uma camada de dificuldade em seu dia a dia. Além do racismo, a xenofobia e a ignorância que matam cotidianamente no país.
A ideia da série Diásporas: Narrativas e Migrações no Rio de Janeiro é mostrar um pouco da vida dessas pessoas, suas subjetividades, lutas e demandas. Estimular o desejo de conhecer, respeitar, escutar e participar nessa luta que é de todos nós: daqueles que chegam, e também das sociedades que acolhem.
O episódio número um é realizado por Júlia Salu, que mostra sua família, vinda da República Democrática do Congo, em seu cotidiano na Baixada Fluminense, um autorretrato bem longe do “exótico” e dos estereótipos que povoam o imaginário da maioria da sociedade.
Diásporas: Narrativas e Migrações no Rio de Janeiro
Sinopse: A partir de sua própria representação, Júlia mostra um pouco do cotidiano de uma família congolesa em situação de refúgio na Baixada Fluminense.
Realização:
NEPIIE-Febf/Uerj
Faperj
Cineclube Mate Com Angu
Cineclubismo na veia, desde 2002 agitando o imaginário de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, mundo. Produção Cultural autônoma, guerrilha estética urbana, TAZ.