Qual o sentido de ser cineclubista em pleno 2022?
É uma pergunta que a gente sempre se faz por aqui.
Hoje temos milhares de streamings, com catálogos infinitos; o youtube, com toda sua capilaridade. Temos as TV’s de Led, que muitas vezes, são melhores que os projetores velhos de guerra. Isso sem falar do Torrent, onde você pode caçar os filmes mais raros.
Quando o Mate surgiu, havia um sentimento muito forte de que, fora o esquemão da cultura industrial, nada mais chegava em Caxias. Sabíamos que havia outras pessoas na região que estavam sedentas por arte e cultura, O Mate e toda a rede cineclubista bombou, porque havia uma demanda enorme de assistir a obras que não passavam nos cinemas e na TV. Foi o encontro da fome com a vontade de comer.
Mas agora, em 22, nesse contexto de uma metrópole, que quer sair de uma pandemia, que exige isolamento social, qual a função do cineclube? Porque manter o circo de pé?
É com essas perguntas no coração, que o Mate convidou para conversar, cineclubistas fluminenses, que não arredaram o pé e continuam insistindo em exibir e debater filmes, mesmo num cenário quase que apocalíptico
Somos os músicos do Titanic, ou o ponto de apoio que vai nos tirar desse lamaçal reacionário em que estamos atolados? Estamos loucos, ou somos pura sensatez?
A Circular Filmes, em parceria com o Cineclube Mate Com Angu, vai promover uma série de encontros neste mês de janeiro. Para manter a mente esperta, que o ano é de luta contra a onda fascista que paira sobre o país. Não vamos dar mole!
A live “Cineclubismo 22” é o nosso segundo encontro e vai contar com os seguintes convidados:
FAVELA CINECLUBE
Fatinha Lima é sapatão de favela em desconstrução e re-construção.
Antiproíba e Anticapitalista, atua na cultura através do Favela Cineclube dentro do território onde reside e onde mais chamarem, promovendo o encontro e o debate, na busca da democratização do Audiovisual e da participação popular na política.
CINECLUBE ATLÂNTICO NEGRO
Clementino Junior é cineasta, educador audiovisual e ambiental, doutorando em educação (GEASur/UNIRIO), mestre em educação (FFP-UERJ) bacharel em desenho industrial/programação visual (EBA/UFRJ), fundador e programador do CAN – Cineclube Atlântico Negro (desde 2008) e do CineGEASur (desde 2017).
Onde: Redes sociais do Mate Com Angu e da Circular Filmes.
Dia: Quarta-feira 19 de janeiro.
Hora: 19h30min
Cineclubismo na veia, desde 2002 agitando o imaginário de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, mundo. Produção Cultural autônoma, guerrilha estética urbana, TAZ.