Rio de Janeiro, cidade olímPica, Brasil, Cópula do Mundo… Eita nós.
Daqui há umas semanas, gente de vários cantos do planeta vem pra cá com as mais variadas expectativas, a maioria delas com um fundo de esperança de que é possível fazer algo pra deter o caminho certo para o suicídio civilizatório em curso no momento…
Mas, é preciso ficar atento. Se a gente der mole, a tal da Rio+20 vai ser o referendo pra uma realidade que no Brasil é regra histórica: tem sempre alguém que se fode nessa história de progresso e esse alguém é sempre o povo.
Todo mundo quer progresso, melhorias e tals, mas não dá pra embarcar nessa de economia verde assim do jeito que está colocada, com cheiro de coisa velha.
Geral jogando banco imobiliário e todo mundo sifu, ainda levando a culpa pela destruição do planeta.
E isso é muita sacanagem; é como uma suruba onde o povo entra sempre com a mesma parte…
Mas, diferentemente de outros momentos, existem hoje uns poréns.
Há uma pá de gente pelo mundo sentindo em seus corpos que o momento é de real transformação e pra isso é preciso verdade e entrega. A necessidade de erotizar essa razão tão sem razão que tem nos levado ao abismo – mas sem esses fetiches de sexo padronizado para vender automóvel. E meditação sem mistificação. E sinceridade sem cobranças de perfeição. Humanidade.
Como as vadias de todos os gêneros que estão por aí pra bagunçar com as tentativas de encaretamento da vida.
É pelo corpo que o Sistema, seja lá como você o defina, nos domina, nos divide e tenta a todo o custo vampirizar as pequenas revoluções. Mas há algo de fato novo no ar e o cheiro é do bom.
Bem, a solução nós não temos, mas uma coisa podemos afirmar: uma boa ideia é fazer como o He-Man que sempre se esforçou pra sacudir o Esqueleto. Pra mexer com as estruturas por dentro, certamente é preciso sacudir a poeira dos quadris e fazer dançar os policiais de dentro da mente.
Porque se o mundo quer amolecer cacetes e endurecer corações, lembre-se que o amor é sexualmente transmissível.
A propósito, governos, grandes corporações, políticos félas e burocratas pélas, um recado: vocês nos fodem tanto, podem pelo menos dizer que nos amam?
Abraços copulantes,
Cineclube Mate Com Angu
10 anos + 69
Cineclubismo na veia, desde 2002 agitando o imaginário de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, mundo. Produção Cultural autônoma, guerrilha estética urbana, TAZ.