Texto da sessão Rio+69

Rio de Janeiro, cidade olímPica, Brasil, Cópula do Mundo… Eita nós.

Daqui há umas semanas, gente de vários cantos do planeta vem pra cá com as mais variadas expectativas, a maioria delas com um fundo de esperança de que é possível fazer algo pra deter o caminho certo para o suicídio civilizatório em curso no momento…

Mas, é preciso ficar atento. Se a gente der mole, a tal da Rio+20 vai ser o referendo pra uma realidade que no Brasil é regra histórica: tem sempre alguém que se fode nessa história de progresso e esse alguém é sempre o povo.
Todo mundo quer progresso, melhorias e tals, mas não dá pra embarcar nessa de economia verde assim do jeito que está colocada, com cheiro de coisa velha.

Geral jogando banco imobiliário e todo mundo sifu, ainda levando a culpa pela destruição do planeta.

E isso é muita sacanagem; é como uma suruba onde o povo entra sempre com a mesma parte…

Mas, diferentemente de outros momentos, existem hoje uns poréns.

Há uma pá de gente pelo mundo sentindo em seus corpos que o momento é de real transformação e pra isso é preciso verdade e entrega. A necessidade de erotizar essa razão tão sem razão que tem nos levado ao abismo – mas sem esses fetiches de sexo padronizado para vender automóvel. E meditação sem mistificação. E sinceridade sem cobranças de perfeição. Humanidade.

Como as vadias de todos os gêneros que estão por aí pra bagunçar com as tentativas de encaretamento da vida.

É pelo corpo que o Sistema, seja lá como você o defina, nos domina, nos divide e tenta a todo o custo vampirizar as pequenas revoluções. Mas há algo de fato novo no ar e o cheiro é do bom.

Bem, a solução nós não temos, mas uma coisa podemos afirmar: uma boa ideia é fazer como o He-Man que sempre se esforçou pra sacudir o Esqueleto. Pra mexer com as estruturas por dentro, certamente é preciso sacudir a poeira dos quadris e fazer dançar os policiais de dentro da mente.

Porque se o mundo quer amolecer cacetes e endurecer corações, lembre-se que o amor é sexualmente transmissível.

 

A propósito, governos, grandes corporações, políticos félas e burocratas pélas, um recado: vocês nos fodem tanto, podem pelo menos dizer que nos amam?

 

Abraços copulantes,

Cineclube Mate Com Angu

10 anos + 69

 

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Sobre Mate Com Angu

Cineclubismo na veia, desde 2002 agitando o imaginário de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, mundo. Produção Cultural autônoma, guerrilha estética urbana, TAZ.
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